Raphael era investigado pelo assassinato de Alessandro Coelho, conhecido como “Bebetinho”

Justiça arquiva processo contra filho de Wallace Souza por falta de provas após 16 anos de investigação
Após mais de uma década de investigação, a Justiça do Amazonas decidiu arquivar o processo contra Raphael Wallace Saraiva de Souza, filho do ex-deputado estadual Wallace Souza, por falta de provas. A decisão foi proferida nesta terça-feira (20/5) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, que concluiu que não há elementos suficientes para levar o caso a julgamento popular.
Raphael era investigado pelo assassinato de Alessandro Coelho, conhecido como “Bebetinho”, executado com mais de 30 tiros em julho de 2008, na saída de um show no sambódromo de Manaus. Apesar da gravidade do crime e da longa tramitação do caso, a Justiça entendeu que não foram encontrados indícios concretos que ligassem o acusado ao homicídio.
Família se pronuncia e fala em perseguição
A decisão foi comemorada publicamente por Willace Souza, irmão de Raphael e também filho de Wallace Souza, durante a edição desta quarta-feira (21/5) do programa “Sinal Livre”, exibido na televisão local. Em tom emocionado, Willace afirmou que a família enfrentou anos de perseguição política e exposição pública, especialmente após as investigações que recaíram sobre o ex-parlamentar Wallace Souza, que morreu em 2010.
“Fomos julgados antes mesmo do processo começar. Perseguiram nossa família, destruíram reputações. Hoje a verdade começa a aparecer”, disse Willace, durante a transmissão ao vivo.
Contexto do caso
O nome de Raphael passou a ser vinculado ao crime após o assassinato de Bebetinho, ocorrido em um contexto de forte tensão política e policial. Na época, seu pai, Wallace Souza, apresentador de TV e deputado estadual, também foi alvo de diversas acusações, incluindo a de chefiar uma milícia envolvida com execuções encomendadas — caso que ganhou repercussão nacional.
Com o arquivamento do processo, a Justiça reconhece oficialmente a ausência de provas contra Raphael, encerrando um dos capítulos mais longos e controversos ligados à família Souza.
“Mais uma pessoa da nossa família é inocentada por falta de provas. Foram mais de 15 anos de dor, perseguição e destruição do legado do nosso pai. A Justiça, enfim, começa a reconhecer os erros”, declarou Willace.
Ele relembrou ainda a absolvição, em 2021, dos tios Fausto de Souza Neto e Carlos Alberto Cavalcante de Souza, também irmãos de Wallace, que haviam sido acusados de associação ao tráfico de drogas. A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas também julgou improcedente o caso por falta de provas.
Durante o programa, Willace voltou a denunciar o que considera uma campanha orquestrada para incriminar a família:
“O que aconteceu foi uma perseguição política sem precedentes no Amazonas. Manipularam a polícia, o Judiciário e forçaram delações com tortura. Tudo isso para culpar nossa família por crimes que nunca cometemos”, disse.