
O Bumbódromo de Parintins, no Amazonas, começa a vibrar nesta sexta-feira (27) com a abertura do 58º Festival Folclórico, que promete noites de espetáculos marcados pela rivalidade entre os bois Garantido, vermelho, e Caprichoso, azul. Este ano, além da disputa artística, o evento traz uma novidade: os bois rivais se uniram em uma campanha para coletar assinaturas em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) “Amazônia de Pé”, que visa proteger áreas públicas não destinadas na Amazônia Legal.
A iniciativa, organizada em parceria do festival com o movimento Amazônia de Pé – que reúne mais de 300 organizações sociais –, busca destinar terras públicas para conservação ambiental e uso sustentável por comunidades tradicionais. “É uma grande área de floresta que poderia ser utilizada para conservação ou para povos indígenas e ribeirinhos”, explica Kaianaku Kamalurá, coordenadora do movimento.
Como parte da campanha, foi criado o “Desafio dos Bumbás”, no qual as torcidas competirão para ver qual agremiação consegue mais assinaturas até 14 de julho. A equipe vencedora receberá R$ 40 mil, e o torcedor que mais contribuir ganhará ingressos VIP para a edição de 2026 do festival e R$ 6 mil para custear a viagem.
“Brincar de boi já teve muitos significados. Hoje, fazemos do boi um símbolo de resistência e luta”, afirma Erick Nakanome, do Boi Caprichoso. Já Alvatií da Silva, do Garantido, destaca que o festival é uma forma de reverberar a voz dos povos tradicionais da Amazônia.
O PLIP precisa alcançar 1% do eleitorado nacional (cerca de 1,5 milhão de assinaturas) em pelo menos cinco estados para ser protocolado na Câmara dos Deputados. Se aprovado, o projeto pode bloquear o registro de terras públicas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) por particulares, evitando grilagens e desmatamentos ilegais.
Com informações assessoria