O CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, falou à ESPN sobre as cenas de caos na noite de ontem no Monumental David Arellano, em Santiago (CHI). Torcedores do Colo-Colo depredaram o estádio e invadido o gramado em protesto durante o segundo tempo do confronto da Libertadores, quando a partida estava empatada por 0 a 0.

Segundo ele, a Conmebol pediu para que o clube brasileiro não deixasse o local, mas disse que chegaram ao consenso de que não havia segurança e que a partida deveria ser cancelada. Marcelo Paz também reivindicou que o Leão do Pici seja considerado o vencedor do embate e exigiu da Conmebol uma “punição exemplar”.

O pedido inicial da Conmebol foi para que o Fortaleza não deixasse o estádio. Eles tentariam fazer ter o jogo, mas não foi algo do tipo: ‘vai ter jogo de qualquer jeito’. Eles só pediram pra gente não sair até por segurança. Foi uma questão de segurança, houve diálogo com dirigentes da Conmebol, com o delegado… chegou-se ao bom senso que não tinha condição de ter jogo. Quando cheguei no vestiário, os jogadores falavam que não tinha condição. Os próprios jogadores do Colo-Colo também entendiam que o que aconteceu foi muito grave. Esse foi o sentimento que culminou no cancelamento.

Espero que o comitê da Conmebol decida que o Fortaleza é o vencedor da partida, porque houve uma quebra de segurança. O regulamento diz isso. Nós não éramos mandantes. É seguir o que está no regulamento da Conmebol até para que outros clubes não repitam isso.

Isso não pode ser tolerado. A punição tem que ser pedagógica e didática. Se não for assim, outros clubes e torcidas poderão fazer o mesmo e nada vai acontecer. Em uma competição como a Libertadores, não pode não ter uma punição exemplar. Houve o falecimento de duas pessoas. A gente não pode achar que é normal e que vai ficar por isso mesmo.

Marcelo Paz, CEO do Fortaleza;

Selvageria: “Vi muita coisas que não se viam no futebol há muito tempo. A gente via uma coisa mais selvagem há 20, 30 anos. Não tinha VAR, era uma arbitragem permissiva… mas isso evoluiu”

Vidro quebrado e objetos arremessados: “Quebrar o vidro foi o estopim. Foram jogados isqueiros, moedas e até garrafas nos jogadores. E torcedores do Colo-Colo jogaram pedras nos nossos torcedores. São coisas que fogem da normalidade. É lamentável. Não sei nem que palavra usar. O jogo estava rolando e estava todo mundo vendo o vidro quebrando. Houve um receio, mas os jogadores conseguiram correr”.

A invasão

Torcedores do time chileno arremessaram objetos, quebraram vidros e invadiram o gramado durante o 2° tempo da partida. O ato ocorreu atrás do gol defendido pelos mandantes pouco depois dos 20 minutos.


Os jogadores do Fortaleza, diante da correria, saíram em disparada rumo aos vestiários do Monumental. O duelo estava em 0 a 0 no momento da confusão.

A arbitragem paralisou o jogo, e os atletas não voltaram dos vestiários. Não houve agressões contra jogadores, árbitros e membros das comissões técnicas.

O Comitê Disciplinar da Conmebol julgará o ocorrido na partida e decidirá como proceder. A Conmebol afirmou que todos os processos determinados no regulamento foram seguidos e que enviou ao órgão todas as informações das confusões tanto de dentro quanto fora do estádio.

Tumulto e mortes antes da partida

Segundo o jornal La Tercera, do Chile, a confusão começou antes do embate, quando alguns torcedores forçaram as entradas pelos setores Tucapel e Caupolicán — ambas na região da Avenida Marathon e destinadas aos mandantes

Conmebol se manifesta

A Conmebol só se manifestou sobre o caso quase duas horas após o ocorrido, quando a situação já estava controlada — e com o estádio vazio. Além da suspensão, houve recado em solidariedade às famílias das vítimas.

Fonte: Uol

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