Operação da PF revela suspeita de uso de dinheiro do tráfico em pesquisas eleitorais no AM

Um esquema de financiamento de pesquisas eleitorais em Rio Preto da Eva (a 58 km de Manaus) ganhou contornos criminais após a deflagração da operação “Linhagem”, da Polícia Federal, na quinta-feira (29).

Adriana dos Santos Figueiredo, presa na ação, é acusada de ter pago R$ 60 mil à empresa Perspectiva Mercado e Opinião, de propriedade do empresário Durango Duarte, para a realização de três pesquisas eleitorais em 2024 — nos meses de junho, agosto e setembro. Os levantamentos apontavam a liderança da candidata Professora Socorro Nogueira (União Brasil) na corrida pela prefeitura do município.

Adriana é dona da Torneadora Manauara e namorada de Ricardo Gouveia Magalhães, também investigado na operação. Ele é suspeito de integrar uma rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro com movimentação superior a R$ 362 milhões. Ricardo já havia sido preso em 2017 por tráfico e associação ao tráfico, junto do irmão Rodrigo. Ambos são filhos de Rodolfo Ferreira de Magalhães, o “Bode”, ex-vereador de Santo Antônio do Içá, que também é alvo da investigação, junto com a esposa e o filho.

Ao todo, a PF identificou a atuação de 12 suspeitos no esquema, incluindo um ex-vereador de Tonantins e policiais civis do Amazonas. Os crimes investigados vão de tráfico de drogas à ocultação de patrimônio.

A contratação da empresa de Durango Duarte por Adriana levanta suspeitas sobre o possível uso de dinheiro ilícito para influenciar o processo eleitoral em Rio Preto da Eva. Até o momento, não há provas de envolvimento direto da prefeita eleita, Socorro Nogueira, com o esquema.

A Polícia Federal segue investigando o caso, enquanto a população local cobra transparência sobre a origem dos recursos usados nas campanhas e a lisura das eleições no interior do estado.

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