Após dois adiamentos, acusados de envolvimento na morte de Viviane Costa de Castro vão a júri popular na próxima segunda-feira (07/07), em Manaus.

Após 12 anos, o julgamento dos acusados pela morte da jovem Viviane Costa de Castro será retomado na próxima segunda-feira, 7 de julho, no Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. O caso, que gerou comoção na capital amazonense, foi marcado por dois adiamentos recentes que causaram revolta à família da vítima.

Viviane foi assassinada em 23 de maio de 2013, aos 36 anos, deixando duas filhas pequenas. O crime, segundo o Ministério Público, foi encomendado pelo ex-companheiro da vítima e pai da filha mais nova, motivado por razões torpes e executado de forma premeditada.

Primeiro adiamento

O primeiro adiamento ocorreu em 22 de maio deste ano, data que marcava 12 anos do crime. O réu Francisco Almeida apresentou atestado médico após testar positivo para Covid-19.

Mesmo com o indeferimento do pedido de adiamento por parte do juízo, que autorizou sua participação por videoconferência, a sessão foi interrompida após a defesa do co-réu Alesson Mota abandonar o plenário, alegando prejuízo à estratégia de defesa diante da ausência do outro acusado.

Diante da recusa de Alesson em aceitar um defensor dativo ou representação pela Defensoria Pública, o juiz decidiu adiar o júri para evitar nulidades processuais. A decisão causou forte comoção na família da vítima, que há anos aguarda por justiça.

“Justamente no dia em que completamos 12 anos do assassinato da minha filha, tivemos que sair do fórum mais uma vez sem resposta. É doloroso demais”, afirmou Joana da Graça da Costa Souza, mãe de Viviane e assistente da acusação.

Com a nova data definida, a expectativa é de que o julgamento ocorra sem novos entraves. A sessão está prevista para começar às 9h, com a presença de jurados, promotores, advogados e familiares.

Relembre o crime

Viviane Costa foi assassinada de forma brutal quando saía de casa, em Manaus. De acordo com a denúncia, o crime foi cometido com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, caracterizando execução sumária. O processo indica que o assassinato foi encomendado por Francisco Almeida e executado com a participação de Alesson Mota.

A tragédia deixou marcas profundas na família da vítima e se tornou símbolo da lentidão do sistema judiciário em casos de feminicídio.

“Nenhuma decisão poderá apagar o passado, mas esperamos que este julgamento seja o primeiro passo para encerrar um ciclo de dor”, concluiu a mãe da vítima.

Share.