
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) segue sendo o centro das atenções no mundo político amazonense. Nos últimos dias, muito se ouviu a palavra “cassação” ao lado do nome dos vereadores Rodrigo Guedes (PP), Sargento Salazar (PL) e Coronel Rosses (PL), os três principais vereadores de oposição do parlamento municipal. As justificativas são as mais bizarras possíveis.
Em relação a Coronel Rosses e Sargento Salazar, o pedido, já protocolado na CMM, diz respeito ao Caso Veriana, feirante que luta na Justiça para manter seu box na Feira da Banana. A suposta quebra de decoro se sustenta em uma alegação de agressão supostamente ocorrida na feira durante a apropriação, feita pela prefeitura, do lote 14 — de responsabilidade da feirante —, e que Rosses e Salazar tentaram impedir.
Quanto a Rodrigo Guedes (PP), a acusação é ainda mais mirabolante: agressor de criança com deficiência, a vítima, segundo o vereador Aldenor Lima (UB), seria o seu filho com a deputada Joana Darc (UB). Alegação grave que até agora não foi comprovada, e ao que tudo indica não será, mesmo assim, Aldenor afirmou que pediria a cassação do mandato do vereador Guedes.
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A minha leitura do cenário é muito simples: todas essas movimentações têm como finalidade o cerceamento do pensamento político diverso, e isso não poderia ser mais controverso.
A ideia de existir um parlamento é para que todos os segmentos da sociedade possam ser representados.
O verdadeiro espírito democrático diz respeito à tolerância que é preciso ter com aquele que pensa diferente, sobretudo porque ele representa alguém, senão não estaria no parlamento.